A vida é feita de caminhos bons e menos bons e este meu caminho através da literatura não tem sido fácil. Sempre gostei de escrever, especialmente poesia, mas nunca tive em mim a intenção de publicar. Hoje tenho oito livros editados ; poesia, contos, crónicas e o primeiro livro infantil que estará a publico a oito de agosto de 2021. Livro este que faz parte do concurso –Coleção Petizes Felizes- , sendo o número quatro da Coleção.
Mas, também hoje recebi uma agradável surpresa!
Estou muito feliz e grata por ter conhecimento que o meu livro “OS DOIS LADOS DA MIGRAÇÃO” lhe foi atribuído a tradução.
A candidatura submetida à Linha de Apoio à Tradução e Edição 2021 mereceu acolhimento favorável por parte da Comissão Técnica responsável pela análise das propostas pela DGLAB e CAMÕES IP para a tradução em língua espanhola.
Escrever é fascinante e editar um livro é gratificante. É apresentar ao público leitor um filho nascido com nome e registo.
Já tive textos escolhidos e premiados e é um sentimento muito honroso. É sentir uma força redobrada.
As redes sociais são demasiado importantes nos dias que correm. Sou um pouco leiga no mexer destas modernices demasiado úteis. As inúmeras formas de divulgação ajudam a passar fronteiras.
Vivo longe da língua portuguesa e são as redes a minha alavanca, mesmo não sendo muito desembaraçada no assunto.
Viver fora de Portugal há mais de trinta anos e a mistura das línguas é uma barreira a ser ultrapassado dia a dia. Ser emigrante e escrever livros não é um caminho fácil porque sempre serei uma meia filha da nação. É o ser eternamente emigrante. É ter a influência gravada das cores e dos cheiros a urze, mimosas e rosmaninho das nossas serras, em tudo o que as minhas mãos tocam e deixam a silenciosa palavra saudade escrita. O público que está na pátria não nos conhece.
Ser o tal de emigrante é mais do que as estátuas que nos querem fazer, e se fazem por aí , e que muitas das vezes não dignificam os pássaros que um dia voaram para terras distantes.
Mas hoje recebi esta agradável surpresa, e posso dizer que tem valido a pena.
-Contemplar aquilo que ainda não enxergo é ver com os olhos do coração a beleza que pode vir a brotar em um sonho que ainda está além de se realizar. Gosto de olhar as possibilidades, deixando que a razão veja de fora para dentro, travando o que de menos bom existe ao redor destes tempos , a visão na vertical torna-me confiante que as possibilidades existem-. Ilda Pinto
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