Literatura

Uma certa árvore de Natal de enfeite natural

Da janela olhei o céu e, ele sorriu-me solarengo. Pensei que era hoje! Aquela árvore estava lindérrima, adornada de persimmons, sim é esse nome mesmo que estás a tentar prenunciar! Foi o primeiro que me saltou à mente, é que eu às vezes dou por mim numa encruzilhada de línguas, a pensar em português e falar inglês o que equivale a portaganhês. Coloquei o nariz de fora da porta e senti o frio que se fazia naquele tímido sol que desde a vidraça fui traiçoeiramente atraída. Em um instante fiquei de nariz à Rudolf red nose.O meu gato Nino ao sentir a porta entreaberta, correu, porta fora como se fora o Seeped Gonzalez*, é que ele levava o seu belo casaco preto de veludo encapuzado, por isso sem hesitação, fugiu como um foguetão. Eu até pensei que a NASA estava em movimentos experimentais na minha porta!…Eu, sem sobretudo, nem nada peludo… somente tinha os meus olhos fisgados naquela árvore decorada no quintal… também corri. Corri, com uma enorme vontade de comer aquele fruto da árvore de natal, de enfeite natural, plantada no jardim. De nariz vermelho, e dentes a tilintar, ala que se faz tarde, quase que igual a esse gato atiçado em direção aos caquis, persimmons ou dióspiros maçã, cheia de espirros. Estiquei o braço e como que num certo enlaço fiquei a puxar a redonda bola vermelho-laranjada de dez cm de diâmetro por mais de cinco minutos.
Ilda Pinto Almeida

 

Uma certa árvore de Natal de enfeite natural

*Outra brincadeira de portaganhês com Speedy Gonzalez, desta autora que vive nos Estados Unidos.

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